Sábado de sol. Roda de amigos. Pausa para ver a paisagem que ignoramos no ir vir pela longa avenida que nos leva à Ponta Negra.
Nossos olhos se acostumam com o belo e passam a esnobá-lo. Ontem parei para ver mais um quadrante lindo de minha cidade.
Não era o mar que me encantava dessa vez, ao contrário, a paisagem que eu via encobria o mar. Em um verde mais escuro ela se espalhava sobre os morros diante de mim.
Ouviamos música ao vivo e entre risos a tarde corria para o luar. Às vezes é preciso esquecer as dores e apenas rir. Foi o que fiz.
Mudamos de cenário, mas levamos a mesma vontade de ser feliz. Mais música. Mais daquela deliciosa alienação. Até que no quarto ou quinto dvd da noite, ouvi Elis, em uma música que não conhecia e da qual não lembro o nome, nem a letra.
A rainha cantava que era preciso dizer tudo antes fosse tarde (não era a composição de Ivan Lins). A alegria saiu de repente. Chorei o que tentei esquecer durante todo o dia. Reencontrei com uma antiga dor.
Inevitável. A vida é assim: a gente ri e a gente chora.
Acordei de alma limpa. Sem tristeza, sem ressaca, porém consciente que ainda conservo cicatrizes do que foi um grande amor.
2 comentários:
Oh querida, essas cicatrizes levam muito tempo a sarar, às vezes anos. Mas não há melhor cura do que o passar do tempo. Vai ver que há-de chegar um dia que já não dói tanto.
Beijinhos
Sábia, Aninha! O tempo a nosso favor cura tudo.
Beijos e obrigada.
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