Frank Sinatra imortalizou My Way. Uma das mais belas músicas do século XX. A voz e a melodia ouvi na minha casa desde criança. A letra, fala no caminho de um homem que viveu ao seu modo. Fez o seu caminho.
Cada pessoa traça sua trajetória ou avança conforme o vento. A vida às vezes nos surpreende e nos desvia do caminho desejado. Em certas ocasiões tropeçamos nos obstáculos. Outras vezes nos derrubam.
É quando reunimos as forças que ainda temos para levantar e usamos os valores individuais para retomarmos o caminho. Pois viver é caminhar.
Trilhas se abrem, sempre que um caminho se fecha e nossa essência nos guia na escolha. Mesmo, que impetuosamente, é necessário darmos os primeiros passos. Os outros serão dados com mais equilíbrio.
No meu caminho encontrei as pedras de Drummond. Fui ao chão pela vontade de Deus ou dos homens, porém me ergui e nunca me perdi de mim mesma, apesar do escuro em que me vi, surgiu a luz.
Meu grito sempre foi meu. Meu discurso escrito por mim. Minhas lágrimas verdadeiras. Minha dor sentida. Minha alegria também.
Minha espiritualidade é uma necessidade: não um alarde. Os amigos são meus apoios. Minha família, meu esteio. Meus afetos verdadeiros. Os poucos desafetos, também.
Não uso pessoas para outros interesses que não aqueles que demonstro e que me impulsionam. Não sou manipulada, nem tento manipular. Faço alianças para o bem.
Na estrada há uma mulher intensa. Impulsiva ainda, porém mais cuidadosa. Madura, mas de mãos dadas com a menina que brinca , dança e ri. Prudente, todavia ingênua a ponto de acreditar que todos podem compreender uma mão estendida sem vislumbrar um vulto que assombra seus próprios fantasmas.
Pecar? Pequei e peco, mas quem conhece minha face e minhas intenções, sabe que os meus maiores defeitos são a impulsividade e a teimosia. Não erro ao querer uma conclusão amigável, mas em ver o bem onde não há.
Saio com Milton Nascimento, outra voz divina, que encantou e encanta até hoje quem ouve Travessia, de sua autoria. Com ele eu solto a voz na estrada, pois já não posso parar, mas agora sigo com menos sonhos e mais viver.
Evelyne Furtado, em 05 de fevereiro de 2009.
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