Falo a um coração que não conheço e ainda assim escrevo com emoção. Há um mês, durante uma cirurgia, um jovem de 20 anos foi levado abruptamente da vida. Deixou muita coisa por fazer, muitas pessoas com saudade e uma família arrasada.
Mas eu me dirijo, a Julia, uma menina, também de 20 anos, filha de uma amiga querida, que nasceu e mora em B.Aires, a quem quero muito bem. -concordo com você, Laurita, quando citou: Cortázar: “as famílias, às vezes, nascem em tetos diferentes”.
Comoveu-me muito a dor dessa menina tão indefesa ainda diante da vida. Como mãe, sinto-me semelhante a Laurita. Identifico-me com a dor dobrada, que nós mães sofremos quando nossos filhos são ofendidos.
A Julia, eu me reporto com carinho de uma tia que ela não conhece, mas que imagina o quanto o seu coraçãozinho deve se encontrar assustado e ferido. Ver seu namorado ser levado pela morte a deixa perplexa e ninguém pode lhe explicar o porque. O apoio da família e à sua luta para fazer justiça são as formas usadas para você sobreviver à perda tão doída.
Querida menina, não há justificativa para sua perda, mas há a certeza de que você irá superá-la com o tempo e de que a vida ainda dará muitos motivos para você ser feliz. Por enquanto, lute e ame, pois o amor de vocês não acabou com a partida de seu amado. Aceite o carinho dos seus e entregue-se a Deus.
Tenho absoluta certeza de que você amadurecerá. Será feliz e ainda guardará num cantinho do seu coração tudo de bom que viveu com seu namorado. Fique bem, menininha e que os anjos embalem seu sono.
Beijos Vequi.
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