sábado, março 10, 2007

João e Maria


Chegara o momento de confiar de novo e dizer o que se passava de verdade em mim.Ser eu mesma, sem medo.Ir lá fundo e dividir meus sonhos.Abrir o coração para entrada de outro.Oferecer de mim o melhor e o pior, sem receio.O mundo é infinitamente mais bonito assim.Ainda que haja pedras nesse caminho é suave percorrê-lo. Pois, se eu cair, há quem me ajude a levantar. Se eu chorar, alguém secará as lágrimas. Se o medo vier, terei outra mão a me dar coragem.Sei que não tenho as rédeas de outras vidas. Sei que não somos donos da estória, mas quero crer em nós.Crer que faremos o possível pelo outro. Crer que seremos leais, sempre. Crer que teremos prioridade na vida do outro.

A estrada é tortuosa e precisamos de toda segurança para seguir. Há trechos perigosos e aí necessitamos de mais concentração, de mais confiança, de mais dedicação.A minha mão continua ao alcance da sua.Meus sonhos me levam a você. Meu desejo é seu.Piso cuidadosamente esse chão esperando você chegar.Adivinho na borra de café nosso futuro. Procuro, nos astros, nossos destinos. Uso bodoques contra batalhões imaginários. Preparo nosso leito com ternura e calor, enquanto faço preces. Que os anjos estejam nos guardando os corações e nos protegendo dos perigos além do quintal.Que sigamos confiando, que assim é melhor e mais fácil ir.Que amanhã seja tão bom como ontem e que o amor seja tanto (ou mais) do que hoje é. Que você seja João e que eu seja Maria nesse conto, onde fui coroada princesa por você que é meu “herói, meu bedel, meu juiz”. Que andemos nus em nosso país, onde, contrariando a linda canção de Chico e Sivuca, o faz de conta nunca terá fim.
Evelyne Furtado
07 de janeiro de 2007.

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