quarta-feira, janeiro 03, 2007



Entramos em 2007 e tenho a impressão que foi ontem que esperávamos o ano 2000. Discutia-se até quando se iniciaria o novo milênio e parece que se chegou ao consenso que o terceiro milênio da era cristã teve início em 2001. Só não sei para que serviu essa discussão, mas também isso não vem ao caso. Só quis me referir à rapidez com que o tempo está passando.Voltando à atualidade, confesso que sinto um certo receio na virada do ano. Apesar de meu lado racional dizer que se trata de uma noite como as demais, não arrisco. Trato de fazer meus rituais para atrair um ano bom.Não sigo as simpatias clássicas. Já tentei comer as 12 uvas, mas achei muito chato empurrar estômago a baixo uma uva atrás da outra sem o menor prazer em degustá-las.Já fiquei com o pé esquerdo para cima de forma a pisar com o direito ao romper o ano e quase caí.Não me recordo de ter contado as sete ondas, mas molhei os pés na água do mar nos primeiros minutos do ano em várias ocasiões e disso eu gosto, mesmo que não lembre se trouxe boa sorte ou não. Ah, tomei um banho de mar logo após a virada de ano e me recordo que não tive um ano fácil, mas o mergulho na água morninha foi saboroso. Na minha família temos uma tradição, que eu mantenho, de deixar todas as luzes da casa acesas durante a passagem de ano. Também não deixo de vestir uma roupa nova, principalmente a peça íntima que tem que ser novinha em folha, retirando a etiqueta na hora de usar.Mais de uma vez corri às lojas para comprar uma calcinha nas últimas horas do ano.Esse ano não precisei correr, comprei com antecedência.Ainda bem, uma vez que eu não estava com disposição de correr por motivo nenhum desse mundo. Não ligo muito para as cores. Só evito o preto quando estou mais vulnerável, pois não quero dar chance para a má sorte. Todavia já entrei ano de preto e não aconteceu nada trágico. Eu devia estar muito segura de mim mesma para ousar assim. Não que acredite nessas coisas, mas como dizem os espanhóis “no creo en brujas, pero que las hai, las hai”. È bom destacar que a virada do ano coincide com meu inferno astral, ou com a “época de revisão anual que antecede ao aniversário”,expressão utilizada atualmente pelos astrólogos, de forma a abrandar o período e fico sempre sensível nessa fase.Para completar, na última semana de 2006 todos da minha casa fomos “agraciados” com uma virose, inclusive eu. Mais um motivo para não “brincar” com a sorte.Pois bem, passei o dia 31 ainda em recuperação com uma moleza no corpo de dar dó. À noite a preguiça quase me vence, porém perto das 23 horas algo aconteceu e resolvi receber 2007 de espírito elevado. Fiz uma prece agradecendo a Deus tudo que vivi no ano que terminava. Tudo mesmo, até as dores e perdas, pois consegui superá-las bem, graças a Ele.Sem falar que no balanço final os ganhos foram superiores às perdas. Nesse instante entendi que a superação é uma graça. Compreendi que ao enfocar a face boa dos acontecimentos do ano, sentia-me mais animada para viver os 365 dias seguintes. Tomei um banho gostoso, pus a roupa nova, usei o meu perfume favorito, fiz uma maquilagem básica para disfarçar as olheiras e me sentir mais bonitinha e fui para o apartamento de uma prima na praia, onde já estavam minha família e alguns amigos dos donos da casa. Pouca gente, mas gente querida. O trânsito até lá não estava muito fácil, porém bem melhor do que em Ponta Negra, com certeza.Juro que apesar de morar perto da praia não sabia que tantas pessoas ocorriam para lá na passagem do ano. Passei outros reveillons à beira-mar, mas aqui tão próximo, nunca tinha ido.Esse ano fui e gostei. Da varanda do apartamento tive o mar diante de mim e essa visão sempre me revigora. O mar é como um velho amigo que me conhece bem. Meu estado de espírito já mudara, então. Meia-noite e o espocar do champanhe confundiu-se com o som dos fogos de artifício.Gritos, abraços, beijinhos e brindes ao ano que vinha chegando. O espetáculo dos fogos, ainda que bem tímido em comparação aquele que leva milhares de pessoas (alguns falam em milhões) a outra praia mais famosa do que a nossa Areia Preta, me encantaram.Mesmo que ainda conserve o medo infantil dos foguetões estrondosos, o colorido efêmero dos fogos de artifícios, ao contrário, é para mim um deleite. Fico lá, contemplando o show, de boca aberta e olhos satisfeitos.O excelente espumante, do qual só sorvi uma taça, pois ainda estava convalescendo, a ceia deliciosa, o carinho da minha gente e a brisa gostosa, que deu trégua ao calor que anda maltratando os moradores da cidade cada vez mais, me fez muito bem.Uma oração pedindo saúde, amor e paz para mim e para todos a quem amo - os que ali estavam e outros que não estavam presentes fisicamente, porém se encontravam no meu pensamento - me deixou mais pertinho de Deus e deu o toque que faltava para saudar 2007 com esperança e fé.Que este seja melhor que o ano que passou em todos os aspectos e que a gente faça menos guerra e muito mais amor!Enfim, não custa nada pedir mais: peço um mundo melhor e mais justo em 2007!

Evelyne Furtado em 02 de janeiro de 2007.

2 comentários:

Alex Santos de Lima disse...

É isso ai moça como diz a musica "O tempo ñ para", eu ñ tenho tantos rituais igual vc, mas acho q os rituais desse tipo servem para dar mais esperança, e animo a todos para ter uma vida melhor, isso é Fé importante para nossa sobrevivencia, viver sem fé é como estivesse morto, e que esse ano o homem seja mais cociente do q esta fazendo com o mundo, e q o justo prevaleça, e que o tal socialismo cristão apareça e q todos vivam em condições iguais deste ano q chegou para todo sempre.
besitos hermosa - asta

Anônimo disse...

Os rituais servem para que nos vejamos como seres que temos nossos próprios caprichos. Calcinhas, lenços, adornos, são oferendas. Que os seus rituais continuem, perfeitos, como são suas belas narrativas do cotidiano. Parabéns!