sexta-feira, janeiro 19, 2007

Atrás da Porta (Lembrando Elis)

Ainda menina, ouvi “Atrás da Porta". Linda letra de Chico, na interpretação sublime de Elis. Juro, que aquele abandono me fascinou.
Culpa do compositor e da intérprete, que me seduziram com aquela pungente dor.Que desespero de quem se arrastava, aos prantos, amaldiçoando o amante, amando-o pelo avesso.
Imaginem, que tentei imitar Elis Regina inúmeras vezes e meu coração doía de verdade.Cheguei a desejar viver um amor naqueles moldes.
Bem, não preciso dizer que meu ideal de amor foi "contaminado" pela experiência intensa de amar com o abandono iminente.Eu não tinha essa consciência e não posso dizer que a música foi responsável pelo meu jeito meio latino de amar. Claro que caiu, em solo fértil na cabecinha romântica de uma pré-adolescente.
Cresci, namorei, casei, fui mãe, amadureci e lá estava a semente do abandono atrás da porta, no inconsciente.
Creio que me curei. Haja terapia, auto-análise, leituras e vivências. Vez ou outra me vêm uma recaída, mas já aprendi que amor não tem que doer e que não tenho que me agarrar aos cabelos, aos pelos e aos pijamas do amado, para mantê-lo junto a mim.
Ainda me emociono com a interpretação de Elis, mas me liberto do medo do abandono cada vez mais.

Evelyne Furtado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Veca!
Olha eu aqui, em frente a uma telinha e não "Atrás da Porta", viajando com seus escritos.
Você é uma grande escritora.
Bjs

http://www.youtube.com/watch?v=35FPZR24djg

Evelyne Furtado. disse...

Oi, Claudete!
Que bom receber sua visita, amiga!
Muito obrigada pela visita e pelo elogio generoso!
Volte sempre!