quarta-feira, dezembro 13, 2006

Habitat.


Em mim moram lembranças que me trouxeram onde estou.
Mora também a esperança, combalida esperança, a quem trato como médica a paciente, pois se morre ela, morro eu.
Moram muitos afetos e poucos, mas reais, desafetos.

Moram amores em mim, de todas as naturezas.
Habitam meu sótão culpas, medos, desilusões e outros sentimentos feios, que me assombram, vez ou outra, atrasando meu caminho.
Ódios, não passam muito tempo aqui, portanto não têm domicílio em mim.
Abri vaga, para a paciência, a determinação, a força de vontade e a organização.
Estou dispensando as mágoas, os rancores e a intolerância.
Sou casa onde há lágrimas e risos, som e silêncio, claro e escuro (afinal para dormir e sonhar não preciso de luz.)

Paredes e essências de vidas que por mim passaram, deixaram tijolos que edificam meu lar em constante construção.

Evelyne Furtado.

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