sexta-feira, julho 18, 2008

Entre Jogos de Amor em Las Vegas e Machado de Assis.

Estou em mudança. Assim mesmo: um pé cá outro lá. Embalando objetos no atual endereço e providenciando os últimos acertos no novo apartamento.
A mudança está entre os primeiros fatores de estresse, atrás apenas do divórcio e da morte do cônjuge. Passei pelo primeiro e sobrevivi, graças a Deus.
É certo que não estou só nessa empreitada. Sylvinha, minha filha quase arquiteta cuida do projeto e da execução. Mamãe chefia tudo e está bem cansada.
Elas trabalham bem mais do que eu, pois fico no meio: ansiosa e meio surtada, como o tal o "cachorro em mudança".Assim somos três mulheres á beira de um ataque de nervos, à moda de Almodóvar.
Para relaxar cinema é uma boa opções. Após duas tentativas frustradas, consegui assistir Jogos de Amor em Las Vegas. Queria rir. Queria uma comédia romântica. Queria esquecer das caixas cheias e das que ainda tenho que encher.
Comecei a dar risadas nos primeiros minutos do filme. Confesso que senti uma inveja danada dos vestidos lindos no corpo de Cameron Diaz, mas o personagem é uma graça e ela não tem culpa da minha gula.
A Vegas que vi no filme é deslumbrante em luzes, farras e alegrias. Ashton Kutcher, o protagonista, encheu meus olhos. Como é bonitinho, o marido de Demi More, gente!
O roteiro feito para divertir cumpriu seu papel e eu cheguei em casa as 23 horas muito zen e certa que iria dormir mais cedo.
Mal estacionei na garagem o porteiro da noite me diz que uma pessoa muito querida de nossa família e moradora do mesmo edifício havia sofrido um acidente em casa e estava no hospital vizinho.
Fui correndo saber como estava Rosinha: um anjo sem idade definida, com jeitinho de passarinho e de uma fragilidade visível. Fiquei lá apreensiva e só adormeci depois das duas da madrugadaPara nosso alívio Rosinha se recupera.
Acordei sem intenet. Senti aquela sensação de desespero que todo dependente sente quando lhe falta o vício.Liguei e briguei com o atendente do provedor.
Impotente, sai para resolver algumas coisas. Almocei com um amigo. Fiz alguns pagamentos e vim para casa. Hoje não tinha nada urgente para fazer a tarde e eu estava sem NET.
Meus livros já estão encaixotados. Na mesa de cabeceira um livrinho com trechos da obra de Shakespeare, outro sobre I Ching, o Novo Testamento, um Saramago recentemente lido e Contos de Machado de Assis.
Descobri que não havia lido "O Homem Célebre" de Machado. Foi, como sempre, uma experiência mágica ler sobre o Pestana, compositor de polcas de sucesso que aspirava ser um Bethovem, um Chopin ou um Mozart. Viveu e morreu triste por não conseguir ser mais do que Pestana e sofreu em vão.
Ao terminar o conto, liguei mais uma vez para "o suporte técnico". A moça disse-me para verificar os cabos de todos os pontos da TV, uma vez que é a mesma empresa que fornece a tv por assinatura e a banda larga.
Saí feito cega em troteio mexendo em cada cabos dos pontos da TV e discutindo com a moça no celular. Encerrei a ligação e vim desligar o micro conformada com a situação.
Verifiquei surpresa que a net havia voltado e recomecei a compulsão de escrever.





Evelyne Furtado, 17 de julho de 2007.

3 comentários:

AnadoCastelo disse...

Querida Evy,
Esteve por aí uma mudança atarefada. Espero que já esteja tudo conforme deseja. Mas não fique triste porque de vez em quando, a net daqui também faz das suas.
Deu-me uma boa dica para ler, é que nunca li nada de Machado de Assis. Brigada viu.
Beijinhos

Evelyne Furtado. disse...

Ainda estou me mudando,rs. Na próxima semana vpu para o outro apartamento que só agora está totalmente pronto.
LEIA MACHADO, Ana. Eu adoro!
Beijos e obrigada.

ACÍBEL - Blog oficial disse...

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