quarta-feira, janeiro 16, 2008

Amor e Liberdade.


"Quem é cativo não ama", ensina-me Du, meu amigo-irmão. Sei não. A liberdade é essencial ao amor, mas manter o coração livre após ser tocado pelo amor é tarefa difícil. A princípio parecia-me impossível conciliar amor e liberdade. Depois achei que poderíamos amar livremente. Mas veio uma força maior e me tirou a liberdade. Cativa, vivi por muitos anos. E na maior parte do tempo o cativeiro foi doce. Quando deixou de ser, arranquei as amarras, desatei os laços, sofri e cresci perdida num mundo desconhecido e sem saber o que fazer com a liberdade conquistada. Conciliado o primeiro desenlace ganhei um amigo especial. Continuei tentando. Haja medo. Haja queda. Haja dor. Mas também houve amor.
Amor não combina com medo, com posse ou com dor. O amor com todas as suas faces e manifestações, alimenta-se de confiança, de alegria, de liberdade e de coragem. Não admite dominação. Não se dá com jogos, muito menos com armadilhas para capturar o amado.
Há quem divulgue e insista no Poliamor, que consiste na possibilidade de relacionamentos com mais de uma pessoa. O Movimento "Polyamory" refuta a monogamia, mas se distingue de práticas sexuais como o swing, pois o Poliamor prega relações intensas, responsáveis e até duradouras.
"Qualquer maneira de amor vale à pena". Tem razão Milton Nascimento. Cada um vai buscar a sua maneira de amar. Eu ainda acredito na tradicional: no amor de verdade com coração batendo forte, com lealdade ao parceiro, com desejo e de peito aberto para dizer e ouvir muitos "eu te amo".
Todavia, a situação não é das melhores para quem quer esse amor. Muito pelo contrário, então que se ame como se pode amar e que se viva os afetos que a vida oferece com liberdade e respeito.

6 comentários:

Anônimo disse...

Oi Veca!
Lindo texto! Porém muito delicado por tratar de um assunto que não permite definiçoes palpáveis - na minha opinião.
Difícil escrever sobre o amor carnal de maneira concreta, já que o mesmo é composto de uma gama infinita de nuances e sensaçoes muito misturadas com outros sentimentos menos nobres que ele próprio. E tal mistura é tão sutil que, muitas vezes, nos perdemos nos conceitos ou até mascaramos os mesmos em decorrência da força desse turbilhao que, quando se instala no nosso ser, nos transforma de maneira inisitada e inexplicável.
Por isso, em relação à definição do amor - o carnal, insisto - me percebo tal qual o deficiente mental, que sente dificuldades de coordenar as idéias de maneira coerente. E mais, para que haja um mínimo de paz de espírito e felicidade verdadeira - livre de fobias e posse - acho essencial amar livre de teorias e de limitaçoes. Basta apenas "sentir" o amor, sem a ilusão de definí-lo ou entendê-lo!
Abraço.
Dú.

Evelyne Furtado. disse...

Oi, Du!
Lindo é ler o seu comentário aqui, nesse texto bem feito e tão lúcido.
Sua espiritualidade ficou clara e eu agradeço mais uma vez por essa sabedoria.
Beijo da irmã mais velha que precisa de sua sabedoria.

Anônimo disse...

Bem, sobre amor, não sei falar nada (ainda mais comparado com você). Deixo para comentar sobre outro tema, qualquer dia desses. Passei mais para desejar um feliz 2008. Um abraço.

Evelyne Furtado. disse...

É do que mais gosto de falar, Halem.
De qualquer forma, foi bom tê-lo de volta por aqui. Tenha um maravilhoso 2008.
Beijos

AnadoCastelo disse...

Falar sobre amor não é fácil. Cada um o sente à sua maneira. Eu prefiro o tradicional, também não é de admirar porque aturar o mesmo homem há 35 anos não é fácil, mas também não é impossível,desde que haja amor. No entanto, não faço juizes de valor sobre o que os outros possam fazer mesmo eu concordando ou não. O que posso achar é que se estão a perder valores que nos foram ensinados pelos nossos pais e avós e que a nova geração não liga ou não quer ligar. Isso é que é pena, mas também acho que mais cedo ou mais tarde eles voltarão.
Beijinhos

Evelyne Furtado. disse...

Vivemos uma fase complexa, Ana. De um lado tudo é permitido; de outro há um medo enorme de envolvimento.
Obrigada, pelo comentário.
Beijos